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Dra. Juliana C. Brant - Bolsista Jovens Talentos/UFMG - posdoc
Medidas elétricas são realizadas utilizando-se equipamentos macrométricos, como fontes de tensão e multímetros, que se conectam aos sistemas de interesse com fios e cabos que podem ser manipulados pelas mãos do pesquisador. Como é possível, então, medir a resistividade de um material como o grafeno, que tem apenas uma camada atômica de espessura e algumas dezenas de micrômetros quadrados de área e nem mesmo é visível ao olho nu? Como é possível manipular pequenos flocos de materiais esfoliáveis, como grafeno e nitreto de boro, de forma a construir dispositivos que incorporem ambos materiais? Como pode-se cortar e modificar um pedaço de grafeno de forma que seja possível investigar efeitos relacionados à confinamento quântico ou à existência de defeitos estruturais?
Serão apresentadas as técnicas que permitem a construção de dispositivos de grafeno, que podem, então, ser conectados aos equipamentos de medidas elétricas. Partindo de flocos de grafite e nitreto de boro macroscópicos, é possível obter flocos com poucas ou apenas uma camada desses materiais sobre um substrato utilizando um processo simples de esfoliação mecânica. Usando uma membrana de policarbonato é possível empilhar flocos de grafeno e de nitreto de boro para construir heteroestruturas desses materiais. Para dar forma ao dispositivo e produzir contatos elétricos utilizam-se técnicas de litografia, corrosão por plasma e evaporação térmica de materiais.
Por fim, serão apresentados alguns resultados de estudos de transporte elétrico em dispositivos de grafeno construídos utilizando-se as técnicas apresentadas.